sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Caminhei.



Hoje resolvi dar uma caminhada, apenas pra respirar um ar diferente
e caminhei até achar por bem sentar-me, eis que sentei e sentou-se também do meu lado um senhor já com certa idade... ele parecia meio triste e depois de algum tempo lá, tomei a ousadia de "puxar papo" e quando pensei na primeira frase ele disse: "É... meu garoto a vida é uma obra e tanto!"
Não entendi muito bem, mas disse-o também: "E sabes o senhor mais disso que eu.". E perguntei logo em seguida por que ele parecia meio triste, como se algo o tivesse feito pensar mais profundamente...
Ele me contou que soube do falecimento de uma pessoa que ele muito gostava,mas que o tempo já havia a levado dele antes de sua doença.
Me disse algo que em que não pude parar de pensar... disse que a vida é como uma espécie de bonde ou algo assim, vai seguindo seu curso por seus trilhos muitas vezes sinuosos e até pode chegar a andar pela mesma avenida algumas vezes e que pessoas entram e saem dela, umas poucas vão até o fim do percurso, outras descem logo no ponto seguinte e ainda assim conseguem deixar seu perfume, sendo esse o curso natural das coisas. Nós devemos cuidar bem do nosso bonde, disse ele, para que pessoas de fora achem interessante fazer parte desta viagem... Mas que no fundo,ele se arrepende muito de não ter sabido cativar as pessoas certas durante seu percurso
e que na verdade ele passou a refletir mais após tal fato ocorrido com sua pessoa querida.
Eu, numa tentativa de confortá-lo, me esforcei para mostrar que ainda não era assim tarde para ele, que nós nunca sabemos qual estação será nossa última parada
e que nunca é tarde demais para buscarmos nosso bem estar e felicidade. Ele ainda poderia parar e arrumar seu bonde,quem sabe as próximas não poderiam ser as melhores das presenças ou até velhos passageiros poderiam estar lá novamente. Mas ele não pareceu estar tão receptivo as minhas palavras, parecia preso em suas próprias reflexões e nem me ouvir.
A luz do sol já estava a se despedir do céu e eu tinha que ir... despedi-me dele agradecendo suas palavras e pedindo-o que "vivesse" e ele me disse: "Obrigado meu garoto, vá sem pressa no seu percurso. A vida é viver e ninguém fará isso por você."
Como se algo ainda me pesasse ali eu levantei e voltei aos meus trilhos. O que aquele senhor me disse, me fez pensar todo caminho de volta...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ainda me Engano Comigo Mesmo


Andei experimentando uma nova droga...
De início fiquei meio relutante quanto a provar ou não,
as pessoas sempre falam que essas coisas não valem a pena
ou que o preço cobrado no fim das contas é alto demais,
Não sei até que ponto isso vai,
as coisas mais caras geralmente são as melhores (ao menos em qualidade)
a questão é só: "Você está disposto a pagar tal preço?"
E lá eu fui, tomei a primeira dose, uma dose meio tímida,
mas ainda sim um início, cheio de arrudeios... mas,
com um provavel objetivo traçado.
Pois então... tem feito com que eu me sinta bem,
melhor do que andei ultimamente, ajuda em uma série de questões...
Problema maior é que quanto melhor, mais fácil de gerar o vicio é
e sem perceber já quer senti-la.
Todo tempo livre torna-se motivo para ao menos pensar em tal.
Mas um ponto que dificilmente é pensado é: não deu, e agora?
aí vem um outro "porem", a abstinência.
Uns dias sem e... parece que lhe falta algo,
como se sempre estivesse ali desde muito tempo...
Caso se pergunte: o que fazia antes naquele tempo livre?
Provavelmente não conseguirá responder ou
não se sentirá saciado na mesma atividade de antes.
Eis que experimentei também a tal "abstinência"
e não é que é estranho mesmo?
Algo que não fazia parte do seu de repente lhe faz falta.
De qualquer forma ha sempre uma brecha,
um meio de ir atrás de tudo isso de novo.
Aí entro já em outro redemoinho:
"já que estou passando por isso, termino logo?"
Poderia livrar-me já de tal vicio, afinal,
um passo já foi dado, talvez não por mim, mas foi.
Ou volto a ela e vivo sem maiores questionamentos.
Ao menos por hora viveria bem e deixaria os "pós" para seu momento posterior.
Afinal sempre ha a possibilidade de um fim não trágico.
Então é tempo de decidir... cada minuto de reflexão
é um minuto que se afasta e o tempo acaba decidindo por si só.



(depois da última linha ele se levantou e saiu pela porta.)